Silvia Federici

Written between 1975 and the present, the essays collected in this volume represent years of research and theorizing on questions of social reproduction and the consequences of globalization. Originally inspired by Federici's organizational work in the Wages for Housework movement, the topics discussed include the international restructuring of reproductive work and its effects on the sexual division of labor, the globalization of care work and sex work, the crisis of elder care, and the development of affective labor. Both a brief history of the international feminist movement and a contemporary critique of capitalism, these writings continue the investigation of the economic roots of violence against women.

Caliban and the Witch is a history of the body in the transition to capitalism. Moving from the peasant revolts of the late Middle Ages to the witch-hunts and the rise of mechanical philosophy, Federici investigates the capitalist rationalization of social reproduction. She shows how the battle against the rebel body and the conflict between body and mind are essential conditions for the development of labor power and self-ownership, two central principles of modern social organization. "It is both a passionate work of memory recovered and a hammer of humanity's agenda." Peter Linebaugh, author of The London Hanged"

The world is witnessing a new surge of interpersonal and institutional violence against women, including new witch hunts. This surge of violence has occurred alongside an expansion of capitalist social relation. In this new work, Silvia Federici examines the root causes of these developments and outlines the consequences for the women affected and their communities. She argues, that this new war on women, a mirror of witch hunts in 16th- and 17th-century Europe and the “New World,” is a structural element of the new forms of capitalist accumulation. These processes are founded on the destruction of people’s most basic means of reproduction. Like at the dawn of capitalism, the factors behind today’s violence against women are processes of enclosure, land dispossession, and the remolding of women’s reproductive activities and subjectivity.

Pochi libri ci obbligano a ripensare un intero periodo storico. "Calibano e la strega" è uno di questi. Ripercorrendo da un punto di vista femminista tre secoli di storia – dalle lotte contadine e i movimenti eretici del medioevo alla caccia alle streghe del XVI e XVII secolo in Europa e nel ‘Nuovo Mondo’ – il libro offre una nuova visione sintetica dei fattori che hanno portato all’avvento del capitalismo, evocando un mondo di eventi, politiche e soggetti sociali assenti nella visione marxista della ‘transizione’ e ponendo allo stesso tempo le basi per una nuova lettura dei contemporanei processi della globalizzazione.

Nas palavras de Silvia Federici, o “ponto zero” é tanto um lugar de perda completa quanto de possibilidades, pois só quando todas posses e ilusões foram perdidas é que somos levados a encontrar, inventar, lutar por novas formas de vida e reprodução. Neste livro, a autora de Calibã e a bruxa reconstrói os caminhos do feminismo anticapitalista e anticolonialista — e sua própria trajetória como intelectual engajada —, desde os primeiros anos das mobilizações por salários para o trabalho doméstico, na década de 1970, até a batalha pelos “comuns”, reabilitada pelos movimentos sociais na virada do século. Como fio condutor destes quarenta anos de militância, surge a constatação, reiterada em diferentes momentos da história, do quanto o capitalismo necessita do trabalho não remunerado das mulheres para acumular valor e continuar existindo — à custa da natureza e das comunidades. Eu hesitei por algum tempo em publicar um volume de ensaios voltado exclusivamente para a questão da “reprodução”, já que me parecia artificialmente abstrato separá-la dos variados temas e lutas aos quais tenho dedicado meu trabalho ao longo de tantos anos. Há, no entanto, uma lógica por trás do conjunto de textos nesta coletânea: a questão da reprodução, compreendida como o complexo de atividades e relações por meio das quais nossa vida e nosso trabalho são reconstituídos diariamente, tem sido o fio condutor dos meus escritos e ativismo político. A confrontação com o “trabalho reprodutivo” — entendido, primeiramente, como trabalho doméstico — foi o fator determinante para muitas mulheres da minha geração, que cresceram após a Segunda Guerra Mundial. Depois de dois conflitos mundiais que, no intervalo de três décadas, dizimaram mais de 70 milhões de pessoas, os atrativos da domesticidade e a perspectiva de nos sacrificarmos para produzir mais trabalhadores e soldados para o Estado não faziam mais parte do nosso imaginário. Na verdade, mais do que a experiência de autoconfiança concedida pela guerra a muitas mulheres — simbolizada nos Estados Unidos pela imagem icônica de Rosie the Riveter [Rosie, a rebitadeira] —, o que moldou nossa relação com a reprodução no pós-guerra, sobretudo na Europa, foi a memória da carnificina na qual nascemos. Este capítulo da história do movimento feminista internacional ainda precisa ser escrito. No entanto, ao recordar-me das visitas que fiz com a escola, ainda criança na Itália, às exposições nos campos de concentração, ou das conversas na mesa de jantar sobre a quantidade de vezes que escapamos de morrer bombardeados, correndo no meio da noite à procura de abrigo sob um céu em chamas, não posso deixar de me questionar sobre o quanto essas experiências pesaram para que eu e outras mulheres decidíssemos não ter filhos nem nos tornar donas de casa. […] Atualmente, sobretudo entre mulheres mais jovens, essa problemática pode parecer ultrapassada, porque elas têm uma possibilidade maior de escapar desse trabalho quando são mais novas. Inclusive, em comparação com a minha geração, as jovens mulheres de hoje têm maior autonomia e independência com relação aos homens. No entanto, o trabalho doméstico não desapareceu, e sua desvalorização, financeira e de outros tipos, continua a ser um problema para muitas de nós, seja ele remunerado ou não. Ademais, depois de quatro décadas com as mulheres trabalhando fora de casa em regime de tempo integral, não se pode sustentar o pressuposto das feministas da década de 1970 de que o trabalho assalariado seria um caminho para a “libertação”.

Caliban and the Witch is a history of the body in the transition to capitalism. Moving from the peasant revolts of the late Middle Ages to the witch-hunts and the rise of mechanical philosophy, Federici investigates the capitalist rationalization of social reproduction. She shows how the battle against the rebel body and the conflict between body and mind are essential conditions for the development of labor power and self-ownership, two central principles of modern social organization. "It is both a passionate work of memory recovered and a hammer of humanity's agenda." Peter Linebaugh, author of The London Hanged"

Este volumen reúne trece artículos de la feminista Silvia Federici fechados entre 1975 y nuestros días. Incluye algunos de los textos fundamentales de la campaña Salarios para el Trabajo Doméstico así como importantes análisis sobre el impacto de los Programas de Ajuste Estructural en los países del Sur, de los que fue testigo en Nigeria. Recoge también sus recientes propuestas sobre los comunes, al igual que algunas críticas a las posiciones de otros pensadores e instituciones actuales. Todas sus contribuciones reflejan tanto la fuerza de su pasión política como la potencia intelectual de su concepción acerca del capitalismo, en general, y del trabajo reproductivo, en particular. Tres grupos son los protagonistas de este libro: las mujeres, las campesinas y las comuneras. Sobre las primeras recae un trabajo ingente que, por ser imprescindible para la acumulación capitalista, es devaluado y naturalizado como «propio de las mujeres». Las segundas sufren el robo y la contaminación de sus tierras por parte del neoliberalismo (a menudo en forma de guerras) con el objeto de eliminar la agricultura de subsistencia, fuente de autonomía social. El tercer grupo está formado por todos aquellos que generan formas de cooperación no mercantilizadas, relaciones sociales basadas en la solidaridad y la corresponsabilidad. Este análisis de sus prácticas de resistencia resulta central en aspectos todavía poco explorados en la lucha por un horizonte postcapitalista: la crítica práctica al salario en tanto forma de división social, así como el reconocimiento de todos los trabajos no asalariados que sirven de sustento para la vida en común.