É um calhamaço, mas a autora constrói cada capítulo maravilhosamente bem, e em nenhum deles achei cansativo ou entediante. Tudo fluiu muito bem, a capacidade de narração dela é muito surpreendente.

Nesse 2° livro, o foco é mais a guerra, as estratégias, intrigas, aliados e inimigos, traições e política. O que, pessoalmente falando, me agradou, já que são tópicos essenciais para gostar de uma leitura. O que me deixou desapontada foi a questão dos Deuses e Xamãs que foram (em comparação ao primeiro livro) muito pouco explorado.

Amei conhecer mais os personagens nesse livro, o Cike inteiro ganhou meu coração, Nezha conseguiu me irritar mais uma vez e podemos confirmar que ele é fantoche do papai, juntamente com o irmão. É triste as mortes que acontecem mas fazem parte.

É uma continuação muito boa, com plots que a maioria você conseguia adivinhar que iriam acontecer em determinadas histórias. Muitas das vezes minha vontade era emergir na história e dar um sacode na Rin para ela acordar, pois ela "fecha os olhos" para muitas coisas que estavam claras que poderiam acontecer (e aconteceram).

Termino a leitura desse segundo volume, entendo o motivo de tudo para chegar aquele final devastador (diga-se de passagem), mas também ao mesmo tempo, esperando muito sangue nos olhos da Rin e principalmente querendo que ela seja mais independente nesse 3° e último volume da série.


"— Só tem que suportar os próximos cinco segundos. Depois os próximos cinco. E assim por diante."

"— Você é muito forte — disse ele. — O que quer que esteja vendo, o que quer que esteja sentindo, você é mais forte do que isso."

"E nós vamos atrás de Daji outra vez. E vamos fazer isso quantas vezes forem necessárias, até que ela esteja morta. Tyr não desistiu de nós e nós não vamos desistir de você. É por isso que o Cike existe."

"Sobreviver não é suficiente — insistiu Rin. — Você tem que lutar por algo, não pode apenas… apenas viver a vida sendo a merda de um covarde."

"— A guerra é diferente quando não se está lutando para sobreviver."

"Vida e morte são iguais para este cosmos. Entramos no mundo material e vamos embora outra vez, reencarnamos em algo melhor."

"— Nossos mortos não nos deixam."

"Mas cedo ou tarde terá que se perguntar pelo que está lutando exatamente. E terá que encontrar um motivo para viver além da vingança."

"O mundo é nosso tabuleiro de xadrez. Não é culpa nossa se as peças quebram."

"— Eles lutarão especialmente por ela. Ela já se tornou um mito no sul. O pássaro vermelho. A deusa do fogo. Ela é a salvadora que eles estavam esperando. Ela é o símbolo que eles passaram essa guerra toda esperando. O que acha que vai acontecer quando a virem pessoalmente?"

"Ela era muito mais poderosa do que qualquer um — Altan, Vaisra — jamais a deixara ser. Não ia mais receber ordens. O que quer que ela fizesse dali em diante seria sua escolha única e autônoma."

"Em algum lugar lá fora, escondida entre os destroços da Província do Galo, estava uma garotinha aterrorizada e sozinha. Ela estava sufocada pela desesperança, enojada pela própria fraqueza e ardendo de raiva. E ela faria qualquer coisa para ter a chance de lutar, lutar de verdade, mesmo que isso significasse perder o controle da própria mente.
E havia outros milhões como ela."

"Deixe arder, disse a Fênix. Deixe crescer."

"— Eles não são a força militar mais forte do mundo — retrucou Rin.
Ela sentiu a presença da deusa no fundo da mente — ávida, extasiada e enfim perfeitamente alinhada com suas intenções. Juntas, disse a Fênix, queimaremos este mundo. Rin bateu o punho na mesa.
— Eu sou."