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Com o intuito de popularizar o Espiritismo e tornar mais fácil e ágil a sua divulgação, Allan Kardec, sem prejuízo das obras básicas da Doutrina Espírita, redigiu uma série de opúsculos e os distribuiu por toda a França, em valores bastante acessíveis à população interessada. Alguns deles tiveram várias edições e alcançaram expressivo sucesso, continuando a ser reeditados mesmo após a desencarnação do codificador. Esta obra encerra a tradução integral de quatro deles: O Espiritismo na sua expressão mais Simples (título da capa); Resumo da lei dos fenômenos espíritas; Caráter da revelação espírita e Catálogo racional das obras para se fundar uma biblioteca espírita. Além disso, agregamos, sob a forma de apêndice, o livreto Discursos pronunciados pelo aniversário de morte de Allan Kardec – Inauguração do monumento, que trata da inauguração do dólmen do codificador no Cemitério do Père-Lachaise, em Paris, no dia 31 de março de 1870. Seu último capítulo estampa uma mensagem póstuma do Espírito Allan Kardec, inédita até agora em nosso país e recebida naquele mesmo dia por um dos médiuns da Sociedade Espírita de Paris.Esperamos que os leitores espíritas, sobretudo os que se dedicam à pesquisa e se interessam pelos primórdios do Espiritismo em solo europeu, encontrem, nesta obra despretensiosa, algum subsídio que enriqueça os seus conhecimentos. É a pena erudita e inspirada de Allan Kardec que, mais uma vez, se revela em todo o seu esplendor.
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"O espiritismo na sua expressão mais simples" é um compilado de opúsculos, que Kardec distribuiu por toda a França, em valores acessíveis à população que se interessava.
Este livro, encerra a tradução integral de quatro deles: O espiritismo na sua expressão mais simples, Resumo da lei dos fenômenos espíritas, Caráter da revelação espírita e Catálogo racional das obras para se fundar uma biblioteca espírita.
Kardec, aproveitando um pouco de todos os livros das obras básicas e revistas espíritas, e utilizando nessa leitura, nos proporciona um livro claro e objetivo sobre o espiritismo. Também é composto de uma série de discursos feitos para Kardec após seu desencarne, e traz em registro, todo o acervo da Livraria Espírita, cuja inauguração, prevista para o dia 1° de abril de 1869, foi adiada em virtude da desencarnação do Codificador, ocorrida na véspera. No capítulo final, nos deparamos com uma mensagem do espírito de Kardec, que foi recebido no dia 31 de março de 1870, por um dos médiuns que auxiliava o próprio codificador.
É uma leitura que seria destinada aos que têm curiosidade e/ou desejam conhecer a doutrina dos espíritos, mas pode também soar um pouco denso para aqueles que não estão acostumados. Mas o livro é bem explicativo, com uma série de indagações e perguntas que logo em seguida trazem suas respostas.
"A vida espiritual é a vida normal do Espírito: é eterna. A vida corporal é transitória e passageira: não passa de um instante na eternidade."
"Do ponto de vista religioso, o Espiritismo tem por base as verdades fundamentais de todas as religiões: Deus, a alma, a imortalidade, as penas e as recompensas futuras, independentes de qualquer culto particular. Seu objetivo é provar, aos que negam ou duvidam, que a alma existe, que sobrevive ao corpo e experimenta após a morte as consequências do bem ou do mal que tenha feito durante a vida corporal."
"Em resumo, o Espiritismo suaviza o amargor das aflições da vida; acalma os desesperos e as agitações da alma, dissipa as incertezas ou os terrores do futuro, detém o pensamento de abreviar a vida pelo suicídio."
"A própria Doutrina que os Espíritos hoje ensinam nada tem de novo. Encontramo-la fragmentada na maioria dos filósofos da Índia, do Egito e da Grécia, e toda inteira nos ensinos do Cristo. Que vem fazer então o Espiritismo? Vem confirmar, mediante novos testemunhos, demonstrar, por fatos, verdades desconhecidas ou malcompreendidas, restabelecer o verdadeiro sentido das que foram mal interpretadas."
"A morte, portanto, não passa da destruição do invólucro grosseiro do Espírito. Só o corpo morre, o Espírito não. Durante a vida o Espírito se acha, de certo modo, comprimido pelos laços da matéria a que está unido e que muitas vezes lhe paralisa as faculdades. A morte do corpo o liberta desses laços. O Espírito se desprende deles e recobra a liberdade, como a borboleta ao sair da crisálida; mas só deixa o corpo material, conservando o perispírito, que constitui para ele uma espécie de corpo etéreo, vaporoso, imponderável para nós e de forma humana, que parece ser a forma padrão."
"A prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar nele; é aproximar-se dele; é pôr-se em comunicação com Ele."
"Nas vossas aflições olhai para baixo e não para cima. Pensai nos que sofrem mais do que vós."
"Em cada nova existência, o homem é o que ele mesmo se fez: para ele cada uma delas é um novo ponto de partida; conhece seus efeitos atuais, sabe que esses defeitos são a consequência dos que tinha antes e daí conclui o mal que possa ter cometido."
"O verdadeiro espírita não é o que crê nas manifestações, mas aquele que aproveita do ensino dado pelos Espíritos. De nada adianta acreditar, se a crença não o levar a dar um passo à frente no caminho do progresso e não o tornar melhor para com o seu próximo."
"Os Espíritos são atraídos pela simpatia, pela similitude dos gostos e do caráter, e pela intenção que faz desejada a sua presença."
"Não existem médiuns universais. Os Espíritos buscam de preferência os instrumentos que vibram em uníssono."
"O Espiritismo, que nunca fez milagres, também não faz este e jamais fará reviver um cadáver."
"O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, consiste nas relações que se podem estabelecer com os Espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências morais decorrentes dessas relações."
"A caridade não consiste apenas na esmola. Há caridade por pensamentos, palavras e obras. É caridoso por pensamentos aquele que é indulgente para as faltas do seu próximo; caridoso por palavras o que nada diz que possa prejudicar ao seu próximo; caridoso por obras quem, na medida de suas forças, assiste o seu próximo."
"O Espiritismo, partindo das próprias palavras do Cristo, como este partiu das de Moisés, é consequência direta da sua doutrina. À ideia vaga da vida futura, acrescenta a revelação da existência do Mundo Invisível que nos rodeia e povoa o espaço, e com isso precisa a crença, dá-lhe um corpo, uma consistência, uma realidade à ideia. Define os laços que unem a alma ao corpo e levanta o véu que ocultava aos homens os mistérios do nascimento e da morte. Pelo Espiritismo, o homem sabe donde vem, para onde vai, por que está na Terra, por que sofre temporariamente e vê por toda parte a justiça de Deus. Sabe que a alma progride incessantemente, através de uma série de existências sucessivas, até atingir o grau de perfeição que a aproxima de Deus. Sabe que todas as almas, tendo um mesmo ponto de origem, são criadas iguais, com idêntica aptidão para progredir, em virtude do seu livre-arbítrio; que todas são da mesma essência e que não há entre elas diferença, senão quanto ao progresso realizado; que todas têm o mesmo destino e alcançarão a mesma meta, mais ou menos rapidamente, pelo trabalho e boa vontade. Sabe que não há criaturas deserdadas, nem mais favorecidas umas do que outras; que Deus a nenhuma criou privilegiada e dispensada do trabalho imposto às outras para progredirem; que não há seres perpetuamente votados ao mal e ao sofrimento; que os que se designam pelo nome de demônios são Espíritos ainda atrasados e imperfeitos, que praticam o mal no espaço, como o praticavam na Terra, mas que se adiantarão e aperfeiçoarão; que os anjos ou Espíritos puros não são seres à parte na criação, mas Espíritos que chegaram à meta, depois de terem percorrido a estrada do progresso; que, por essa forma, não há criações múltiplas, nem diferentes categorias entre os seres inteligentes, mas que toda a criação deriva da grande lei de unidade que rege o Universo e que todos os seres gravitam para um fim comum que é a perfeição, sem que uns sejam favorecidos à custa de outros, visto serem todos filhos das suas próprias obras."
"O Espiritismo, longe de negar ou destruir o Evangelho, vem, ao contrário, confirmar, explicar e desenvolver, pelas novas Leis da Natureza, que revela, tudo quanto o Cristo disse e fez; elucida os pontos obscuros do ensino cristão, de tal sorte que aqueles para quem era ininteligíveis certas partes do Evangelho, ou pareciam inadmissíveis, as compreendem e admitem, sem dificuldade, com o auxílio desta doutrina; veem melhor o seu alcance e podem distinguir entre a realidade e a alegoria; o Cristo lhes parece maior: já não é simplesmente um filósofo, é um Messias Divino."
"Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará."
"Os Espíritos não ensinam senão justamente o que é mister para guiá-lo no caminho da verdade, mas abstêm-se de revelar o que o homem pode descobrir por si mesmo, deixando-lhe o cuidado de discutir, verificar e submeter tudo ao cadinho da razão, deixando mesmo, muitas vezes, que adquira experiência à sua custa. Fornecem-lhe o princípio, os materiais; cabe a ele aproveitá-los e pô-los em obra"
"A pedra angular do edifício espírita é a reencarnação."
"Espíritas, não basta tomar por divisa a caridade. É preciso que ela nos penetre o ser, que viva em nossos atos."
"Para vós, todos os homens devem ser irmãos, porque têm a mesma origem e estão destinados ao mesmo fim. Se encontrardes cegos, abri-lhes os olhos, restitui a audição aos surdos e, seja qual for a incredulidade de uns e o preconceito de outros, convidai-os sempre e incessantemente ao banquete das inteligências."
"Quando estiverdes de retorno ao espaço, não vos lembrareis, como eu, senão dos trabalhos realizados e, prosseguindo sempre em vossa marcha ascendente para os mundos superiores, fruireis o espetáculo da felicidade daqueles a quem tiverdes feito partilhar de vossas convicções e de vossas esperanças no futuro."